Não. Este não é um post sobre racismo, mas sobre liberdade. Há 62 anos – no dia 1º de dezembro de 1955 –, ao embarcar em um ônibus, na cidade de Montgomery (EUA), uma costureira negra acabou entrando também para a história da luta pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos.
Naquele dia, ao se negar a ceder o assento a um homem branco, durante o trajeto, Rosa foi presa sob a (hoje surreal) alegação de ter violado a lei de segregação da cidade e do estado do Alabama, fato que resultou num boicote generalizado da população negra ao transporte público da cidade, ato encabeçado pelo pastor Martin Luther King Jr.
Em entrevista concedida à Pacifica Radio, algum tempo depois, Rosa explicou o que motivou sua atitude. “Eu não pensei estar violando qualquer lei. Apenas senti que não estava sendo tratada do modo correto, afinal, eu tinha direito ao assento que eu tinha pego como uma passageira dentro do ônibus. Quando me levaram para a prisão, eu não tive medo. Decidi que eu teria que saber, de uma vez por todas, quais eram os direitos que eu tinha como um ser humano e uma cidadã, mesmo em Montgomery, Alabama.”
Rosa, que foi liberada após o pagamento de fiança, mas demitida logo no início do boicote, passou a se dedicar integralmente à luta pelos direitos civis, causa da qual ela se tornou um dos maiores símbolos.
Ao todo, foram mais de 380 dias de boicote. A cada dia, por maior que fosse a truculência das autoridades locais e a indignação dos brancos à cerca da questão, os cidadãos negros mostravam uma disposição quase inabalável.
Resistir é preciso
Como a quantidade de cidadãos brancos que utilizavam os serviços de transporte era muito inferior à de negros, este mais de um ano de boicote resultou em um enorme prejuízo aos cofres públicos de Montgomery.
Este fato, somado à atuação de Martin Luther King, que fez com que as informações sobre a atitude de Rosa Parks e o consequente ato de desobediência civil chegassem ao país inteiro, resultou na decisão da Suprema Corte que, em 21 de dezembro de 1956, declarou inconstitucionais as leis racistas do estado do Alabama.
Reconhecimento
Rosa faleceu no dia 24 de outubro de 2005, aos 92 anos. Seu corpo foi velado no Capitólio dos Estados Unidos, honraria concedida a apenas duas pessoas que não fizeram parte do governo norte-americano: o arquiteto francês Pierre L’Enfant, que projetou a capital dos EUA e ela, Rosa Parks.
Hoje, apesar das lições de Montgomery, infelizmente, não é possível dizer que o preconceito e a violência motivados por questões raciais terminaram. Há, no entanto, exemplos como o desta mulher incrível, que nos fazem perceber que a resiliência, a resistência e, principalmente, o empoderamento são indispensáveis na luta contra a segregação e a injustiça, contra quem quer que seja.
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