5 – Você já precisou usar o Coletor Menstrual em alguma apresentação importante do Baque de Mulher? Como foi a sensação?
Já precisei sim e com certeza a sensação de segurança foi maravilhosa.
6 – Como o Coletor Menstrual tem ajudado você dentro do movimento? Ele tem te dado mais liberdade e segurança?
Posso dizer que sim, olhando para meu processo individualmente, mas confesso que ainda tenho ressalvas por ser um método ainda muito caro para a maioria das mulheres desse país, e não somente com relação ao valor em dinheiro, mas ao acesso da informação sobre seu uso, benefícios pra mulher e meio ambiente.
Muitas das mulheres da comunidade do Bode em Recife por exemplo, estão em situação de vulnerabilidade social extrema, e mesmo se sentissem vontade de optar por um coletor menstrual, teriam grandes barreiras a enfrentar, desde financeiro, como o saneamento básico para simples limpeza e higienização do coletor como muitos outros preconceitos.
7 – Onde podemos acompanhar o Baque de Mulher? Tem apresentação vindo por aí?
Vocês podem acompanhar o Baque Mulher nas redes sociais ou indo na nossa sede acompanhar um ensaio ou nas oficinas abertas!
Segue os dias e horários e local, além dos links:
Espaço Cultural CITA – Rua Aroldo de Azevedo, 20 – Jardim Bom Refugio – Campo Limpo, Zona Sul de SP – ensaios todo o sábado das 10h às 12h30 / oficinas iniciantes toda quinta das 19h às 20h30
https://www.instagram.com/baquemulhersp/
https://pt-br.facebook.com/pg/MaracatuBaqueMulher/about/
8 – E fala um pouco sobre você 🙂 O que você espera colher com esse trabalho incrível na sua vida pessoal, e no mundo?
Espero que o fortalecimento de nós mulheres quando nos juntamos seja sempre potência, para que a cada dia o machismo seja combatido em nossa sociedade.
Acredito que a arte tem essa facilidade de acessar essa transformação interna que refletirá num país e mundo melhores, onde a mulher possa sentir-se segura e imune de qualquer tipo de violência e seja respeitada sempre em qualquer situação!
Tem alguma história interessante com o seu Coletor Menstrual ou Calcinha Absorvente Violeta Cup? Mande uma mensagem na nossa página do Facebook, vamos adorar entrevistar você ☺
E se quiser conhecer melhor nossos produtos, visite a nossa lojinha <3 O Maracatu Baque de Mulher é um grupo brasileiro incrível, que faz um resgate da potência feminina dentro do Maracatu, uma expressão artística brasileira. Através da arte, da música e da dança, grupos de mulheres se juntam durante todo o ano, em todo o Brasil, para mostrar que nós mulheres estamos preparadas para ocupar qualquer espaço, e com a maior maestria.
A gente teve o privilégio de conversar com a Roberta, uma das puxadoras do grupo, que contou um pouco mais sobre a história do Maracatu Baque de Mulher e sua importância na nossa sociedade. Bora conhecer mais, mana? 😉
1 – Roberta, você pode contar um pouco para a gente o que é o Maracatu, e qual a importância desse movimento na manutenção da nossa cultura?
O Maracatu de Baque Virado é uma manifestação da cultura afrodescendente com suas raízes em Recife/ PE, e que tem sua origem dentro dos terreiros de Candomblé Nagô e das Nações Tradicionais que existem há mais de 200 anos.
Apesar desta tradição ser forjada e ter sua base na força das matriarcas, muitos dos lugares de poder ainda eram muito restritos aos homens, como no batuque e na figura de quem apitava.
O movimento Baque Mulher, criado por Mestra Joana Cavalcante, que é a primeira mulher a reger uma Nação é algo bem recente, ela assume a Nação do Maracatu Encanto do Pina em 2008, e cria assim também o Maracatu Baque de Mulher como veículo para que essas mulheres garantam todos os espaços onde devem estar!
2 – Como surgiu o Grupo de Maracatu Baque Mulher?
O Grupo de Maracatu Baque Mulher surge na comunidade do Bode, na cidade do Recife.
Idealizado e coordenado por Mestra Joana Cavalcante, moradora da comunidade e referência nacional, foi criado em 12 de outubro de 2008, e surge da necessidade de combater o machismo dentro do Maracatu.
Seu objetivo inicial era fazer com que as mulheres da comunidade tocassem livremente instrumentos de percussão até então proibidos para elas. Ainda hoje há Nações de Maracatu que proíbem que as mulheres toquem.
Composto exclusivamente por mulheres, o Baque Mulher louva os Orixás com suas loas (canções) dialogando, cantando, dançando e tocando músicas próprias, que expressam a luta e resistência das mulheres.
3 – Qual é a importância desse grupo no movimento feminista?
O foco do movimento em Recife é envolver crianças, adolescentes, jovens e idosas, tornando-se um instrumento de empoderamento e emancipação das integrantes, principalmente das mulheres negras.
Na comunidade, o grupo atua promovendo rodas de conversas, oficinas de percussão, de adereços, de reciclagem, de confecção de instrumentos, de cuidado e saúde da mulher, aulas de capoeira, dança e atividades culturais de modo geral. Atualmente representantes do Baque Mulher de Recife realizam oficinas de percussão e apresentações, levando as adolescentes da comunidade do Bode para diversas regiões do Brasil, o que possibilita a essas jovens vivências e experiências que contribuem para o crescimento pessoal e profissional.
Já nas filiais espalhadas por todo o país, além de acessar outras mulheres e disseminar a cultura do maracatu, como falado acima, é fortalecer o trabalho social realizado pela Mestra na comunidade do Bode.
4 – E como é a sua história dentro do Baque de Mulher? Fiquei sabendo que você é puxadora do bloco, e ahaza muito!
Conheci o Baque Mulher no seu primeiro ano de fundação, no carnaval de 2009 e desde então faço parte do Desfile Oficial em Recife, auxiliando a Mestra Joana em projetos e ações do movimento no país, como nosso Encontro Nacional que já vai para seu quarto ano.
Em 2016 participei da fundação do Baque Mulher SP aqui na região do Campo Limpo, periferia de SP. Atualmente estou passando a coordenação e regência do baque a outras manas da região, para que mais mulheres possam se desafiar a estar em posições de liderança, e o Baque Mulher pra mim tem essa força de nos mostrar nosso potencia