Dois pares de tênis ou dois amores?

Migleees, parem tudo e fiquem ligadas neste meu bate-papo com a Fer, blogueira do “2 pares de tênis”. Ela me contou que aos 33 iniciou na natação, em seguida se apaixonou pela corrida e hoje participa até de provas como a Meia Maratona do Rio. (Fe, teu sobrenome é Poderosa!) rs E tudo isso muito bem acompanhada do seu maridão e de um outro amor que você vai desvendar no texto baixo… <3!

(Fer e o maridão correndo juntos em uma comunidade no Rio de Janeiro)

1 – Fale um pouquinho mais sobre você e sua história até aqui ????

Tenho 39 anos, uma filha de 14 e sou jornalista. Tinha uma vida totalmente sedentária até 6 anos atrás quando resolvi nadar. Daí tudo mudou, das piscinas vieram as competições de aquathlon (corrida e natação no mar), as provas de natação em mar aberto, as corridas de 5k, depois de 10k até culminar na primeira meia maratona em 2017.

2- Li em seu blog “2 pares de tênis” que você e o Fábio (seu marido) começaram a praticar exercícios por conta da saúde. Conta pra gente como foi o ponta pé inicial?

Faz 6 anos que começamos. Meu marido teve um diagnóstico médico de pressão alta, colesterol alterado, gordura no fígado e excesso de peso. Praticamente o médico disse “ou faz exercício ou tem pouco tempo de vida”. No meu caso foi por conta de três lances de escada. Acabou a luz do prédio e eu tive que subir de escada (morava no terceiro andar). Chegando lá em cima, quase tive um treco: coração acelerado e sem ar. Eu estava muito sedentária, então pensei: “assim não dá, com 33 anos e nem consigo subir uma escada! ”. Foi aí que resolvi mudar. Eu e meu marido costumamos dizer que esse é o nosso plano de aposentadoria, corremos agora para não usar andador aos 80 anos.

3 – Você sentiu alguma barreira ou dificuldade de entrar no mundo da corrida pelo fato de ser mulher?

Na verdade, não senti uma barreira para entrar, mas senti uma diferença muito grande em relação aos meus parceiros de treino quando nadava. Eu nadava só com homens e percebia que eles evoluíam mais rápido que eu. Havia períodos no mês que eu não rendia igual. O mesmo aconteceu na corrida quando comparava a minha performance com a do meu marido. Demorei a entender que o uso do anticoncepcional me atrapalhava muito (quando troquei pelo DIU de cobre isso mudou drasticamente), além das fases do ciclo menstrual. Esse é o grande desafio que nós mulheres enfrentamos todo mês.

4 – Quantas provas, maratonas, você já participou na vida? E qual foi a mais marcante?

Já participei das provas do Rei e Rainha do Mar, Aquathlon, Corridas de 5 e 10k e uma (1) Meia Maratona em 2017. Diria que as mais marcantes foram a primeira e a última. A primeira foi um aquathlon, o qual eu tive que nadar 300m e correr 2k. Como nunca tinha corrido quase morri e prometi a mim mesma nunca mais fazer isso, mas eu não sabia de nada (hahahaha). E a última foi a Meia Maratona do Rio, a qual consegui correr de ponta a ponta sem andar ou parar (esse era o meu objetivo) e me sentindo muito bem. Essa foi ao lado do meu marido e cruzamos a linha de chegada de mãos dadas, chorei muito. Vale destacar que além do meu marido eu tive um outro amor ao meu lado S2: o Violeta Cup.

5 – Ah, que amor! Conta mais para as meninas como foi correr a Meia Maratona do Rio com o Violeta Cup <3. O nosso coletor menstrual te ajudou, então?

Fiquei menstruada um dia antes e até cogitei usar absorvente interno, mas lembrei que o tempo entre acordar, largar, chegar e ir embora seria de muitas horas e que teria que trocar em banheiro químico, então desisti na hora.

Lembrei que o Violeta Cup absorve até 12 horas de fluxo sem precisar trocar, logo, decidi utilizá-lo. Já havia feito corrida de 14k com ele e me senti bem, então no dia coloquei e fui. O mais legal disso tudo? Em nenhum momento da prova lembrei dele ou lembrei que estava menstruada.

Não fiquei pensando se podia vazar ou preocupada em trocar. Ele me deu a tranquilidade que precisava durante todo o trajeto. Foi ali que ele ganhou meu coração. S2 A prova foi tão perfeita que nem a menstruação – que podia ser um fator que me desestabilizaria – me atrapalhou.

6 – Antes de usar o Violeta Cup, como você fazia se uma corrida acontecia no mesmo período do seu ciclo menstrual?

Eu usava absorvente interno mesmo sabendo que ele é desconfortável. Não conseguia correr de absorvente normal, pois provocava assaduras.

7 – Como foi o seu período de adaptação com o Violeta Cup? Você diz no seu blog que a sua idade e experiência ajudaram nessa decisão, e isso é muito interessante, pois normalmente mulheres mais maduras tendem a ter mais resistência à novidade.

Eu confesso que tinha o maior preconceito, achava nojento. No meu caso, a idade me mostrou que muitos conceitos pré-estabelecidos estavam errados e hoje isso me permite me abrir mais e testar coisas novas.

Como estava num período de mudanças – tinha saído do anticoncepcional para o DIU de cobre e reavaliado um monte de coisa nessa área – pensei “por que não? ” e assim embarquei nessa.

O primeiro mês foi mais complicado, não acertava a dobra, o cabinho me incomodava e tinha medo de vazamento, só usei em casa. Nunca vazou. Depois, pesquisando, vi que podia cortar o cabinho e achei novas dobras. Hoje uso a dobra diamante. Já no mês seguinte nem comprei absorvente e resolvi arriscar e me dei super bem. Hoje já tiro de letra.

8 – Que sentido a corrida traz para você e para a sua vida? E que dica você daria para as meninas que começaram a correr agora ou que tem interesse de ingressar no esporte?

Eu digo que a corrida é minha terapia, pois é um dos poucos momentos que escuto o meu silêncio. Esse é o meu momento, durante a corrida não sou “a mãe”, “a esposa”, “a filha”, “a profissional”, “a dona de casa”. Sou apenas EU. Não me vejo mais não praticando esportes. Meu conselho para as meninas é procurar uma atividade física que dê prazer a elas. Nem todo dia rola aquela vontade, tem preguiça e cansaço envolvidos, mas se você gostar muito do esporte, garanto que você irá mesmo com todos os obstáculos. Lembre-se que o prazer tem que ser seu objetivo, pois senão a gente acaba desistindo. Essas são palavras de quem já começou e parou várias vezes quando o único objetivo era, simplesmente, emagrecer.